Desde os primeiros anos de independência nacional, em 1975, o objectivo central da política educativa de Moçambique tem sido o de assegurar que todas as crianças em idade escolar tenham acesso à escola e nela permaneçam até concluírem a educação básica. Na prossecução deste objectivo, a expansão do acesso ao ensino primário foi realizada com relativo sucesso, uma vez que já se alcançou uma taxa líquida de cobertura escolar de quase 100%. Contudo, o impressionante aumento das taxas de escolarização não tem sido acompanhado por uma correspondente melhoria da qualidade da aprendizagem, havendo, em relação a este aspecto, sinais preocupantes de um retrocesso considerável. Partindo desta observação, o estudo identifica e analisa as variáveis do contexto institucional por detrás da ‘escolarização sem aprendizagem’. Os resultados do estudo apontam para a (i) fraca capacidade do Estado, (ii) excessiva dependência da ajuda externa e (iii) fraco envolvimento e participação das comunidades na gestão das escolas, como sendo os factores de maior influência na fraca qualidade da aprendizagem no ensino primário.